Mulheres na Web3

Elas Constroem o Futuro: Mulheres e o Protagonismo na Web3

A Web3 marca um novo capítulo da internet: descentralizada, construída sobre Blockchain, e orientada por autonomia, transparência e pertencimento digital. Enquanto a Web2 concentrou poder em poucas plataformas, a Web3 devolve aos usuários o controle sobre seus dados, identidades e até finanças. Nesse cenário em evolução, a diversidade torna-se pilar da inovação — e a presença feminina é absolutamente estratégica.

A Web3: evolução da internet com protagonismo dos usuários

Ao longo das últimas décadas, a internet passou por transformações profundas. A Web1 era estática e informativa. A Web2 tornou-se interativa, mas centralizada em big techs. Agora, com a Web3, entramos em uma fase em que a descentralização, os contratos inteligentes e os aplicativos autônomos abrem espaço para uma internet mais democrática, segura e resistente à censura.

🔗 Saiba mais: Web3: A internet do futuro

Nesse novo ambiente, a equidade e as múltiplas visões são diferenciais competitivos. Equipes diversas não apenas criam produtos mais completos — elas criam futuro com mais humanidade, justiça e representatividade.

Por que mulheres são essenciais na construção da Web3

Mulheres trazem para a Web3 uma inteligência plural: visão sistêmica, atenção a nuances e empatia estratégica. Quando ocupam espaços de liderança e criação, contribuem com soluções mais inclusivas e acessíveis, pensadas para públicos diversos. E os dados confirmam:

✅ Empresas com mais de 30% de mulheres em cargos executivos têm 48% mais chance de desempenho financeiro acima da média.

🔗 Fonte: McKinsey & Company – Diversity Wins (2020)

Além disso:

• Equipes mistas produzem pesquisas mais inovadoras e citadas, segundo a Universidade Northwestern.

• Empresas com maior diversidade de gênero apresentam 15% a 21% mais rentabilidade.

🔗 Fonte: McKinsey

• No setor de TIC brasileiro, mulheres representam apenas 38,9% da força de trabalho, mesmo sendo 51,5% da população nacional. A desigualdade se aprofunda quando olhamos para os recortes de raça: mulheres negras ocupam só 11,6% dessas posições, enquanto homens negros somam 18,2%.

Os dados do Censo de Diversidade da Brasscom (2023) revelam um setor que ainda exclui boa parte das vozes que poderiam moldar seu futuro.

➡️ Esses números não apenas ilustram a sub-representação — reforçam a urgência de promover acesso real e permanência para as mulheres, especialmente negras, na tecnologia.

🔗 Fonte: Brasscom – Censo de Diversidade TIC 2023

Esse vácuo é também uma oportunidade: incluir mais mulheres na Web3 não é apenas justo — é estrategicamente inteligente. Felizmente, essa história já está sendo reescrita por mulheres que transformam a Web3 com visão, coragem e presença real

Exemplos de liderança feminina: do Brasil ao mundo

A nova internet já conta com mentoras, engenheiras, pesquisadoras e investidoras que estão moldando seu futuro:

• Amy Webb, futurista e fundadora do Future Today Institute, defende que na Web3 “o dinheiro será programável” e que a Ethereum já abriga milhares de soluções descentralizadas.

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• Cathie Wood, CEO da ARK Invest, é uma das maiores investidoras em criptoativos e tecnologias disruptivas.

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• Solange Gueiros, no Brasil, é uma referência em Blockchain e Ethereum. Foi a primeira mulher brasileira a publicar um contrato inteligente em produção.

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Essas lideranças inspiram não só pelo conhecimento técnico, mas por sua capacidade de influenciar culturas e abrir portas para outras mulheres.

Ada Lovelace e a linha do tempo invisível

Tudo começou com Ada Lovelace, no século XIX. Ela escreveu o que é considerado o primeiro algoritmo da história, antecipando a computação moderna.

🔗 Biografia de Ada Lovelace – Computer History MuseumWikipédia 

Diagrama de Lovelace de "Note G", o primeiro algoritmo de computador publicado

Na Segunda Guerra Mundial, as mulheres do ENIAC programaram um dos primeiros computadores eletrônicos.

🔗 Instituto de Engenharia

Mulheres programadoras do ENIAC trabalhando em suas configurações Divulgação/University of Pennsylvan

Também tivemos Hedy Lamarr, que criou um sistema de comunicações precursor do Wi-Fi, e Grace Hopper, criadora da linguagem COBOL.

🔗Wikipédia – Hedy Lamarr

🔗Wikipédia –  Grace Hopper 

Hedy Lamarr em The Heavenly Body (1944)

Grace Hopper no console do UNIVAC I (1960)

No entanto, suas histórias foram muitas vezes apagadas. O reconhecimento dessas trajetórias não é nostalgia — é reparação histórica e motor de inspiração.

O papel da visibilidade e do reconhecimento

A falta de reconhecimento é um dos grandes desafios para a equidade de gênero na tecnologia. Muitas vezes, as contribuições femininas são ofuscadas, enquanto os créditos vão para colegas homens. Corrigir essa invisibilidade é essencial para transformar as culturas organizacionais e educar as futuras gerações.

“Dar visibilidade às mulheres na tecnologia não é só contar histórias — é reafirmar que pertencemos a esse futuro.” –  Valéria Oliveira 

Construir a Web3 com pluralidade é essencial

A Web3 será tão revolucionária quanto forem as pessoas que a constroem. E mulheres têm papel central nessa jornada: como arquitetas de código, guardiãs da ética, líderes em inovação e referências para outras jovens.

Ada abriu a trilha. Nós estamos escrevendo o próximo capítulo.

Que essa revolução descentralizada seja também profundamente diversa, justa e humana.